sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Marcados pelo Preconceito (parte I)

A cultura brasileira é marcada por sua mistura. Raças, culturas ou mesmo opiniões, que muitas vezes geram preconceito em várias áreas. O preconceito é algo um pouco natural quando vindo de um povo variado, pois dentro dele as opiniões são infinitamente diferentes. Mas, como todo brasileiro tem um pouco de cada raça dentro de si, acaba no fim se acostumando com as diferenças. Desta forma é a variedade musical no Brasil. Há aqueles bem patriotas, que se recusam a aceitar que musicas internacionalizadas não são cultura. Ou aqueles amantes do exterior, que nunca compreendem a complexidade e a beleza da MPB. Aqueles que nasceram no gueto e querem morrer no gueto, com música do gueto. Ou aqueles que nasceram em berço de ouro e dizem ter um gosto musical refinado, recusando-se a ouvir musicas do gueto. E nesta postagem falaremos um pouco desses estilos que sofrem um grande preconceito no Brasil, não por toda a sociedade, mas por grupos que não compreendem e não aceitam quem compreende a beleza da música.

Comecemos com o funk.
O funk brasileiro nasceu nas favelas do Rio de Janeiro e agita as noites cariocas através dos famosos "bailes funk". Os amantes do verdadeiro funk americano (James Brown) criticam e até abominam o funk carioca. Mas, este é o estilo que embala as grandes festas de todo o Brasil, e revela um povo alegre que não se deixa abalar por problemas ocasionados pela vida na favela, mas quer sempre curtir e esquecer o que abala a emoção.

Tati Quebra-Barraco


Tecno-Brega.
Estilo famoso no nordestee no norte brasileiro, o tecno brega gera sérias discussões. A população que rejeita esse estilo, que nasceu em Portugal e tomou uma roupagem bem brasileira, entra em conflito com aqueles que gostam ou que o reproduzem. Dizem que não é música e que não tem qualidade. Mas estes pensamentos não abalam os artistas e os amantes do tecno brega, que se revelam uma significativa parte da população e continuam admirando, apesar do preconceito.

Banda Djavú


Calipso.
O calipso nasceu na Trinidad e Tobago no século XIX, e se baseava nas batidas de tambor das manifestações populares, geralmente no carnaval. Mais uma vez encontramos o ritmo que sofreu adaptações brasileiras e se tornou famoso também no nordeste e no norte do Brasil. Enfrenta os mesmos preconceitos do tecno-brega, mas tem um público maior e seus shows são extremamente famosos.

Banda Calypso.


Swingueira.
Marcado pela letra sensual e o gingado do corpo, a swingueira é muito famosa no Brasil. Surgiu no Nordeste e é derivada e adaptada das músicas cantadas em terreiros do candomblé. Embala muitas festas, assim como o funk, e sua letra está na boca de todos os brasileiros, até mesmo aqueles que não gostam do estilo.

Parangolé.



Não importa a letra ou o que vestem, o que importa é que o Brasil é um país cheio de misturas, e isso se deve ao seu povo tão criativo e especial. Sem preconceito, continuaremos no próximo post de "Construção".

Nenhum comentário:

Postar um comentário