quinta-feira, 25 de novembro de 2010


O rock, a inovação e o protesto

Surgido na década de 50, oriundo das pesadas canções de blues entoadas pelos negros no Sul dos EUA, o rock, assim como blues e jazz ( que quem diria hoje é taxada música da “elite”), aparece para expressar os sentimentos da parcela excluída da população, que trabalhava pesadamente, e cuja maior diversão era tocar piano em um bar sujo no meio do nada.

Mas aí, o piano foi ficando mais rápido, a percussão mais rebelde. E nasceu o rock. E o rock talvez, não fosse hoje tão conhecido se não tivesse aparecido aquele cara branco com voz de negro e que sabia rebolar, para mostrar ao mundo, o que todo negro americano já sabia: O rock era bom. E de Elvis, veio os Beatles, e dos Beatles, Jimi Hendrix, de Hendrix, o Aerosmith, de Aerosmith, Guns n’ Roses, de Guns, Nirvana, e de Nirvana, Strokes, e de Strokes, Restart. O rock cresceu tanto, que se tornou um universo, e é difícil de acreditar que o Grunge, aquele do Nirvana, Pearl Jam, nasceu da mesma árvore que o Heavy Metal do Iron Maiden. Mas metal é outra história, e até quem argumente que o Metal não é rock.

Mas rótulos não importam. O que importa é que no final, o rock tem a mesma função. O protesto. A maneira que a juventude, ou os tiozões, encontram pra extravasar o que sentem em relação ao mundo, gritar para a sociedade aquilo que não diriam se não fosse a música. E isso é arte. Transformar o que se sente, em algo que todos possam, ver, ouvir, sentir.



Samba



O samba originou-se da mistura de estilos musicais originários da África e do Brasil. O samba é tocado com instrumentos de percussão (tambores, surdos, timbau) e acompanhado por violão e cavaquinho. Geralmente, suas letras contam a vida e o cotidiano de quem mora nas cidades, com destaque para as populações pobres. O termo samba tem seu significado ligado às danças típicas tribais do continente e é de origem africana.

As raízes do samba foram fincadas em solo brasileiro na época do Brasil Colonial, com a chegada da mão-de-obra escrava em nosso país.
O primeiro samba gravado no Brasil foi Pelo Telefone, no ano de 1917, cantado por Bahiano. A letra deste samba foi escrita por Mauro de Almeida e Donga .
Tempos depois, o samba toma as ruas e espalha-se pelos carnavais do Brasil. Neste período, os principais sambistas são: Sinhô Ismael Silva e Heitor dos Prazeres .
Na década de 1930, as estações de rádio, em plena difusão pelo Brasil, passam a tocar os sambas para os lares.

Os sambistas mais importantes de todos os tempos são: Pixinguinha, Ataulfo Alves, Carmen Miranda (sucesso no Brasil e nos EUA), Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho, Lupicínio Rodrigues, Aracy de Almeida, Demônios da Garoa, Isaura Garcia, Candeia, Elis Regina, Nelson Sargento, Clara Nunes, Wilson Moreira, Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim e Lamartine Babo.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Marcados pelo Preconceito (parte II)

Continuando a falar sobre os estilos musicais que sofrem preconceito e enfrentam dificuldades para serem aceitos, não podemos nos esquecer do teen pop.

Esse estilo foi criado para atender ao gosto musical de adolescentes. O estilo "colorido" é atual no Brasil, mas encanta muitos adolescentes com o modo de vestir despojado e diferente, e permite que os adolescentes manifestem seus sentimentos de formas únicas. O teen pop encontra preconceito nos amantes do rock'n roll, pois estes não aceitam que os artistas desse estilo se digam cantores de rock. Sendo bons ou ruins, os artistas de teen pop tem um grande público e grande potência comercial, por isso hoje temos o mercado muito cheio desse tipo de banda.


Restart




Música Gospel/Religiosa


A música gospel brasileira tem crescido nos últimos dez anos de forma inimaginável. Nasceu na Igreja Protestante e seu público procura paz ao ouvi-las. Esta se encontra em diversos ritmos musicais. Da mesma forma, tem crescido o número de padres e religiosos da Igreja Católica que estão gravando CD's com músicas para alegrar os fiéis. Mesmo com o aumento de seu público, a música religiosa encontra grande preconceito por aqueles que se dizem " sem religião " ou até mesmo de uma religião para outra. O que importa é que o povo brasileiro é um povo de fé.

Diante do Trono.




Rosa de Saron.


Música Clássica.

Com seu público muito restrito, a música clássica tem quebrado barreiras de preconceito no Brasil há muitos anos. É chamada por seus amantes de música de qualidade, e muitas vezes não agrada o público em massa. Seus artistas não são reconhecidos no Brasil, tendo que estudar no exterior para ter ensino musical de qualidade e reconhecimento por seu trabalho. Atualmente o governo tenta resgatar um pouco das fanfarras mineiras, com festivais de bandas sinfônicas e espetáculos de orquestras a preços populares, além de óperas e concertos de corais. É a raiz da música, o princípio de tudo, e merece ser respeitada e valorizada.
Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.

Além dos citados, há muitos outros estilos musicais que tem crescido no Brasil e superando as dificuldades de aceitação; cabe a nós, brasileiros, sabermos respeitar o gosto musical de cada um e admirar a beleza da diversidade desse nosso Brasil.

Marcados pelo Preconceito (parte I)

A cultura brasileira é marcada por sua mistura. Raças, culturas ou mesmo opiniões, que muitas vezes geram preconceito em várias áreas. O preconceito é algo um pouco natural quando vindo de um povo variado, pois dentro dele as opiniões são infinitamente diferentes. Mas, como todo brasileiro tem um pouco de cada raça dentro de si, acaba no fim se acostumando com as diferenças. Desta forma é a variedade musical no Brasil. Há aqueles bem patriotas, que se recusam a aceitar que musicas internacionalizadas não são cultura. Ou aqueles amantes do exterior, que nunca compreendem a complexidade e a beleza da MPB. Aqueles que nasceram no gueto e querem morrer no gueto, com música do gueto. Ou aqueles que nasceram em berço de ouro e dizem ter um gosto musical refinado, recusando-se a ouvir musicas do gueto. E nesta postagem falaremos um pouco desses estilos que sofrem um grande preconceito no Brasil, não por toda a sociedade, mas por grupos que não compreendem e não aceitam quem compreende a beleza da música.

Comecemos com o funk.
O funk brasileiro nasceu nas favelas do Rio de Janeiro e agita as noites cariocas através dos famosos "bailes funk". Os amantes do verdadeiro funk americano (James Brown) criticam e até abominam o funk carioca. Mas, este é o estilo que embala as grandes festas de todo o Brasil, e revela um povo alegre que não se deixa abalar por problemas ocasionados pela vida na favela, mas quer sempre curtir e esquecer o que abala a emoção.

Tati Quebra-Barraco


Tecno-Brega.
Estilo famoso no nordestee no norte brasileiro, o tecno brega gera sérias discussões. A população que rejeita esse estilo, que nasceu em Portugal e tomou uma roupagem bem brasileira, entra em conflito com aqueles que gostam ou que o reproduzem. Dizem que não é música e que não tem qualidade. Mas estes pensamentos não abalam os artistas e os amantes do tecno brega, que se revelam uma significativa parte da população e continuam admirando, apesar do preconceito.

Banda Djavú


Calipso.
O calipso nasceu na Trinidad e Tobago no século XIX, e se baseava nas batidas de tambor das manifestações populares, geralmente no carnaval. Mais uma vez encontramos o ritmo que sofreu adaptações brasileiras e se tornou famoso também no nordeste e no norte do Brasil. Enfrenta os mesmos preconceitos do tecno-brega, mas tem um público maior e seus shows são extremamente famosos.

Banda Calypso.


Swingueira.
Marcado pela letra sensual e o gingado do corpo, a swingueira é muito famosa no Brasil. Surgiu no Nordeste e é derivada e adaptada das músicas cantadas em terreiros do candomblé. Embala muitas festas, assim como o funk, e sua letra está na boca de todos os brasileiros, até mesmo aqueles que não gostam do estilo.

Parangolé.



Não importa a letra ou o que vestem, o que importa é que o Brasil é um país cheio de misturas, e isso se deve ao seu povo tão criativo e especial. Sem preconceito, continuaremos no próximo post de "Construção".

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Cultura Negra em diversas faces.


O géneros musicais africanos como o Samba e o Axé fazem bastante sucesso no Brasil. Mas a influência da cultura negra se estende a diversas vertentes da música nacional. É sobre essa influência que falaremos agora, exemplificando com alguns albúns.

O Rappa - Lado B Lado A (1999)



O vocalista Marcelo Falcão é um exemplo de artista que mostra o orgulho tem de suas raízes em cada música que compõe. Cada faixa de Lado B Lado A, 3º trabalho do grupo, mostra isso. Flertando com o Rap e a Música Eletrõnica, a banda mostra uma vertente diferente do Rock brasileiro convencional. A faixa que dá nome ao disco fala da influência da cultura negra na vida do vocalista, já a 3º faixa, Cristo e Oxalá, como o próprio nome já mostra, fala do candomblé.

Marcelo D2 - Meu Samba é Assim



Desde os tempos de Planet Hemp, Marcelo D2 já misturava ritmos colocando o Rock do Planet Hemp ao lado do Samba de Bezerra da Silva. Meu Samba é Assim, 3º albúm da carreira solo do cantor, talvez seja o ponto alto dessas experimentações. O Disco tem a participação de Alcione na música Pra que Amor e de Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho em Dor de Verdade, um autentico samba.

Ponto de Equilibrio - Dia Após Dia Lutando (2010)


O Ponto de Equilibrio é uma banda formada por jovens do subúrbio do Rio de Janeiro, mais precisamente de Vila Isabel, que toca um reggae bem raíz, diferente das outras bandas de sucesso do gênero no Brasil, que tocam um estilo mais comercial. Todos os albúns da banda falam sobre a África, o Rastafarianismo e a Jamaica. Nesse disco em especial, podemos destacar as faixas África 2, Santa Kaya, Reggae de Terreiro e Música de Jah entre as músicas que homenageam o Rastafarianismo, os negros e a própria África.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Introdução.

Entre as várias qualidades do povo brasileiro que podemos destacar, uma delas é importantíssima na construção desse blog: nosso variado gosto musical.

É impossível achar alguém que se prenda unicamente a um género musical em nosso país.

Muitos podem achar que a culpa é da Internet e seu acervo infinito de álbuns, que nos convida a sempre estar ouvindo algo novo.

A verdade é que o povo brasileiro sempre foi aberto a novidades e é por isso que temos tantos ídolos de tantos gêneros.

Ao longo do tempo, falaremos sobre muitos gêneros músicais brasileiros e os artistas que mais influenciaram. Sem preconceito e sem citar o tal "mau gosto".